quarta-feira, 21 de março de 2007

Olhão





Ataíde de Oliveira, numa das suas obras, afirmou a ideia de que a população de Olhão seria de origem exclusiva ou predominantemente nortenha. Os primeiros habitantes do sítio de Olhão, seriam oriundos do distrito de Aveiro, talvez da freguesia de Ovar e Ílhavo porque em nenhuma praia algarvia se encontram pescadores mais audazes e com melhores disposições para a faina do mar e que se possam aproximar dos pecadores de Olhão. No entanto, antes do século XVI / XVII, é possível que tivesse existido um povoado, do domínio muçulmano, isto não só pelas salgas púnicas e pelos artifícios encontrados, (conchas, ossos de animais e humanos, parte de uma cozinha), mas também pelo facto de que uma colónia de ílhavos e ovarinos, só podiam ter vindo, depois do Marquês de Pombal ter enviado gente povoar a sua recém-criada Vila Real de Santo António. Nessa altura, Olhão era já uma próspera aldeia com mais de dois mil habitantes.
Diz-se que Olhão, terá derivado da palavra árabe, «AL-HAIN», que significa fonte nascente, e que sofrendo as modificações fonéticas e fonológicas, naturalmente terão levado ao aparecimento do termo «ALHAM», depois «OLHAM» e finalmente OLHÃO. No entanto, o povo também tem a sua versão e segundo velhos testemunhos, Olhão é o aumentativo do substantivo comum "olho", com origem num grande "Olho de Água" (fonte, nascente ou poço de grande caudal), já que na zona existiam abundantes olhos de água, o que originou a construção das primeiras "palhotas", feitas em cana e colmo. A primeira construção em pedra e cal, aparece entre 1600 e 1610, com a Capela de Nossa Senhora do Rosário, actual Capela de Nossa Senhora da Soledade.
Em 1695, Olhão passa a freguesia pelo Bispo do Algarve - D. Sebastião da Gama, pois até então fazia parte de Quelfes. Em 1718, já haviam inúmeras casas de alvenaria e em 1722, a 8 de Junho, surge a necessidade de expansão, procedendo-se a nova demarcação da área da freguesia.
A vila de Olhão estava sob o domínio francês e abandonado pela corte portuguesa que fugira para o Brasil. Os olhanenses mostravam-se descontentes e sentiam-se esmagados por impostos e restrições à pesca. É neste momento de pressão por parte do exército francês que os Olhanenses, após dois dias de conspiração, preparam uma emboscada na Ponte de Quelfes. O movimento restaurador da soberania arrancou no dia do Corpo de Deus, em 16 de Junho de 1808, tendo os Olhanenses conseguido impor-se perante as forças francesas enviadas para os dominar. Após esta vitória, o dono e mestre de um Caíque de pesca, o "Bom Sucesso", decidiu levar a novidade ao príncipe D. João, refugiado no Brasil, conseguindo fazê-lo em 22 de Setembro do mesmo ano, no Rio de Janeiro. Como recompensa Olhão recebeu do monarca o título de Vila, entre outras benesses, passando a chamar-se Vila de Olhão da Restauração.
Olhão, também conhecida pela Vila Cubista, ou Cidade do Mar - Capital da Ria Formosa, é hoje uma cidade em franco desenvolvimento, apostando no progresso sustentado na qualidade, com base no plano estratégico da autarquia. Este município, composto por cinco freguesias, caracteriza-se pelo tipicismo das suas gentes, tendo ainda hoje como principal suporte a pesca artesanal e as indústrias que dela nasceram, designadamente a conserveira. Olhão é um dos principais portos piscatórios no nosso País.
A sua gastronomia é bastante rica e típica, pelos deliciosos partos de peixe, desde o Xerém com Sardinhas, o Polvo no Forno, os Chocos com Favas, a Caldeirada ou a Cataplana, para além de deliciosos bivalves e mariscos da Ria Formosa.
Desde 1986 que na Cidade de Olhão se realiza o
Festival do Marisco, uma mostra gastronómica que já adquiriu notoriedade suficiente, pela qualidade que apresenta, incluída nos roteiros turísticos algarvios.
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Locais de Interesse
Fuzeta

Miradouro da Fuzeta
Igreja Matriz da Fuzeta

Moncarapacho


Capela do Espírito Santo
Igreja a Misericódia
Museu Paroquial de Arte Sacra

Olhão

Torre de Bias
Torre de Marim
Capela de N. Srª dos Aflitos
Ermida de N. Srª da Soledade
Miradouro Cerro de S. Miguel
Miradouro de Olhão
Miradouro do Cerro de Cabeça
Centro de Educação Ambiental de Marim
Ecoteca - Museu João Lúcio
Museu Municipal de Olhão

Pechão
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Miradouro da Torre da Igreja
Casa Museu

Quelfes

Igreja Matriz

Praias

Praia da Armona
Praia da Fuseta
Praia da Fuseta Ria (Tesos)
Praia dos Cavacos

Freguesias deste Concelho: Fuzeta, Moncarapacho, Olhão, Pechão, Quelfes